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Mediadores de leitura levarão “Ribe do Capibaribe” para bibliotecas públicas do Recife

Apresentar a temática do meio ambiente, da fauna e da flora do Recife, através de elementos e narrativas lúdicas. Essa é a ideia da metodologia “Ribe do Capibaribe”, que será aplicada em um projeto piloto, em bibliotecas públicas e comunitárias do Recife, ao longo do primeiro semestre de 2019. A proposta, desenvolvida como parte do projeto Parque Capibaribe, surgiu na perspectiva de mudar a forma de as pessoas pensarem e vivenciarem o Rio Capibaribe.

O primeiro ciclo de formação de arte educadores aconteceu entre os dias 04 e 06 de fevereiro, nos Compaz Ariano Suassuna e Eduardo Campos, com orientação do consultor pedagógico do Ribe, Gabriel Santana. Estiveram presentes profissionais que atuam nas Secretarias municipais de Segurança Urbana, de Meio Ambiente e de Educação, representando, respectivamente, as bibliotecas públicas da Rede pela Paz (dos Compaz, de Casa Amarela e de Afogados), dos Econúcleos e do Programa Manuel Bandeira de Formação de Leitores.

Formação foi com Gabriel Santana, consultor pedagógico. Foto: Maíra Brandão

Os encontros permearam conversas sobre a importância da leitura e da literatura, exercícios de escrita criativa, trocas de conhecimentos e de estratégias de mediação de leitura. Como parte do último dia de atividades, os participantes foram convidados a proporem dinâmicas de estímulo ao hábito de ler e de trabalhar com a publicação infantil “Ribe do Capibaribe”, a partir dos seus conhecimentos e métodos.

O resultado foi muito rico. Surgiram propostas variadas para se trabalhar com crianças e jovens, como contação de histórias, teatro de mamulengo, criação de cordel, rap e personagens a partir de material reciclado, vivências nas margens do rio e/ou nos ambientes naturais próximos às bibliotecas e desenvolvimento de jogo da memória.

Trocas e dinâmicas ao longo dos encontros. Foto: Maíra Brandão

Método – Além das bibliotecas e equipamentos públicos do Recife, ao longo do primeiro semestre o método “Ribe do Capibaribe” também será experimentado junto às oito bibliotecas da Releituras, Rede de Bibliotecas Comunitárias das cidades do Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes,  experimentado em 12 bibliotecas públicas e comunitárias da Região Metropolitana do Recife. A proposta é de que o método possa ser aplicado ao longo do primeiro semestre, de forma experimental, e a partir do retorno dos mediadores de leitura sobre a experiência em cada bairro, pretende-se aperfeiçoar o Ribe e desenvolver a segunda edição da publicação.

Projetos possibilitam maior articulação pela mobilidade sustentável

Por Maíra Brandão

Fortalecer redes para contribuir no desenvolvimento das pautas da mobilidade urbana sustentável tem sido uma das estratégias do INCITI na busca pelo desenvolvimento de cidades inclusivas, sustentáveis e felizes, desde a sua origem. Em 2019, a articulação junto à sociedade civil se tornará ainda mais forte, graças a dois projetos aprovados pelo grupo junto ao Greenpeace e ao Fundo Socioambiental Casa.

O Greenpeace, através do edital Sinal Verde Para Mobilidade, está fomentando o projeto Bora Andando. A proposta dessa parceria contempla a realização de diagnósticos e pesquisas colaborativas, que poderão tornar-se protótipos de soluções voltadas para a melhoria da mobilidade das pessoas que se deslocam a pé. Além do INCITI, outros cinco grupos da Região Metropolitana do Recife (RMR) integram a iniciativa do Greenpeace.

A ideia é que o projeto estimule a compreensão do caminhar como um meio de deslocamento mais saudável, lúdico e confortável, alcançando pessoas que já utilizam esse modo de se relacionar com a cidade, e também apresentando-o a quem que faz percursos curtos de transporte coletivo. Futuramente, pretende-se expandir a ação para usuários de carro, estimulando-os a percorrerem distâncias mais curtas a pé, desafogando as vias e impactando positivamente em sua qualidade de vida.

Já o Fundo Socioambiental, por meio do edital Casa Cidades, está apoiando a articulação com a sociedade civil a partir das Provocações Urbanas, debates que buscam fomentar diálogos sobre temas relativos ao desenvolvimento de cidades sustentáveis. O Fundo Socioambiental Casa apoia através deste programa, outras 31 organizações da RMR.

Por meio desta iniciativa, o INCITI pretende atuar junto às organizações da sociedade civil para potencializar descobertas colaborativas e soluções criativas para a mobilidade urbana, bem como alcançar uma maior incidência na transformação de ações e campanhas em políticas públicas e mudanças concretas para melhoria da qualidade de vida da população.

Como parte desses dois projetos, o INCITI já promoveu no Recife o Dia Mundial Sem Carro, em parceria com 14 organizações da Rede de Articulação pela Mobilidade (RAMO). Ao longo do primeiro semestre de 2019, mais quatro Provocações Urbanas serão desenvolvidas. Já pelo Bora Andando, está em andamento o levantamento das pesquisas já desenvolvidas na área de mobilidade urbana, a partir do qual será elaborado um diagnóstico que apresente um panorama dos dados coletados.

A equipe responsável por esses projetos é atualmente composta pelos pesquisadores Caio Scheidegger, Natan Nigro, Nathália Machado e Pedro Rosa.

INCITI – Desde a sua origem, em meados de 2014, o INCITI – Pesquisa e Inovação para as Cidades atua na temática de mobilidade urbana sustentável através do Parque Capibaribe e outras ações. Uma das estratégias para conseguir avançar nessa área tem sido a ampla articulação de parceiros. Se em uma perspectiva, tornou-se parceiro da ONU-Habitat – a agência das Nações Unidas para o desenvolvimento das cidades – e da WWF-Brasil, entre outros, por outra também esteve ativo no processo de construção do Laboratório de Ativismo e Ação Política para Mobilidade (Labmob) e da Conferência Livre de Mobilidade. Esta última apresentou-se como terreno fértil para o surgimento da Rede de Articulação pela Mobilidade (RAMO), com grupos de atuação nacional e local.

Polêmica e poesia dão tom ao debate sobre matas urbanas no INCITI

Por Rodrigo Édipo

Em matéria publicada na quarta-feira (28), a Folha de Pernambuco denunciou crime ambiental na Mata do Zumbi, localizada no Cabo de Santo Agostinho, às margens da PE-28. Segundo reportagem, mais de 100 ha de vegetação nativa “foram devastados para dar lugar a construções e loteamentos irregulares”. A área desmatada é protegida pela Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428), que permite supressão apenas para fins de obras públicas e de interesse social, isso se licenciadas. Por coincidência, na data de veiculação da matéria aconteceu mais uma edição do Provocações Urbanas, desta vez com o tema Matas do Recife: Como conciliar interesses?, realizada na sede do INCITI/UFPE, no Bairro do Recife.

A plateia, de cerca de 50 pessoas, entre estudantes, representantes dos setores de pesquisa, gestão governamental, movimentos sociais e ambientalistas puderam conversar abertamente sobre habitação, conservação da natureza, desenvolvimento, sustentabilidade, subsistência, exploração econômica e algumas possíveis soluções para o enfrentamento dos problemas abordados no debate.

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Pesquisador é vencedor do Prêmio Jovem Cientista com estudo sobre matas urbanas

Para o encontro, mediado pelo biólogo e professor da UFPE, Marccus Alves, foram convidados o pesquisador do INCITI e do Laboratório da Paisagem da UFPE, Célio Rocha, vencedor do 29º Prêmio Jovem Cientista com o estudo “Os valores naturais das unidades de conservação do Recife: Mata de Dois Irmãos e da Mata do Engenho Uchôa”; a Coordenadora Nacional do Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST) e codeputada eleita para o mandato coletivo Juntas (PSOL), Jô Cavalcanti; Maíra Braga, representante da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (SDSMA); e Patrícia Caldas, geógrafa e representante do Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchôa.

Uma das técnicas responsáveis pela elaboração dos Planos de Manejo das Unidades de Conservação da Natureza (UCNs) da Prefeitura do Recife, Maíra Braga fez introdução sobre algumas particularidades das 25 unidades localizadas no Recife. “As Unidades de Conservação do Recife são em áreas de matas, áreas de florestas, de manguezal e áreas estuarinas”.

“Essas áreas têm características diferentes, umas são privadas, outras são públicas, algumas têm gente morando dentro, outras não têm. Então, com características, com interfaces, com vivências, com apropriações por parte da sociedade de formas distintas”, exemplificou. Maíra contextualizou que a conservação de tais fragmentos não dependem só de uma legislação, mas o conjunto de leis já constitui as condições e as regras de conservação e proteção.

A geógrafa e representante do Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchôa, Patrícia Caldas, traçou um histórico sobre a iniciativa popular que está na ativa há 40 anos e tem como objetivo transformar em um parque ecológico a Mata do Engenho Uchôa, Área de Proteção Ambiental (APA) de 192 ha, localizada na Zona Oeste do Recife. “O movimento foi criado porque queriam fazer 1.200 unidades habitacionais na área e isso foi motivo de discussão, de questionamento e de aglutinação de todos esses atores sociais”, contextualizou.

Esta área de preservação tem uma grande representação biológica para a cidade do Recife, pois detém três biomas: mangue, restinga e Mata Atlântica. Para Patrícia Caldas, a principal característica desta Unidade de Conservação é a mobilização social que a envolve. “É um movimento que atravessou diversas situações por conta de vários interesses que estão envoltos na área até hoje”, explicou a geógrafa.

A defesa da Mata do Engenho Uchôa foi motivo para a primeira CPI ambiental registrada no país, com o pedido de regulamentação da Lei n° 6535 de 15/06/1978, com o objetivo de proteger a área. “A Mata do Engenho Uchôa é uma mata privada. Como temos uma área que é legalmente protegida para preservação e pertence a alguém? Então, tem esse conflito fundiário que é grande e ainda não está resolvido”, pontuou Patrícia.

Outros valores

Premiado, o jovem cientista Célio Rocha apresentou pesquisa. Foto: Bruna Roazzi

Os dissensos envolvendo o refúgio natural garantem também a Mata como fonte para estudos científicos, como é o caso da premiada pesquisa do estudante de Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Célio Rocha, que buscou entender as relações entre as comunidades e as florestas, além de identificar os valores atribuídos às matas. “O objetivo da pesquisa é identificar (os valores) sob a perspectiva da população e da gestão e sistematizá-los para que se possam elaborar planos de manejo tendo em vista esses valores”, explicou o pesquisador.

O estudo conduzido por Célio apontou que o maior valor da Mata do Engenho Uchôa para os moradores são os serviços da natureza, ou seja, os serviços que a Mata presta para a população, como a questão da subsistência, por exemplo. “Gestores também conferem valores mais ligados ao impacto que essa mata tem para a cidade como um todo. No Plano de Manejo os serviços ambientais é um valor quase nunca citado. Cita-se mais o valor ecológico”, explicou. Tal diagnóstico denuncia uma disparidade de percepções de valores entre a gestão, os moradores e o que consta no Plano de Manejo.

Integrante do MTST, a codeputada Jô Cavalcanti alerta sobre desapropriações. Foto: Bruna Roazzi

A ambulante Jô Cavalcanti (MTST) entende a questão socioambiental, mas chama atenção para a precarização das políticas públicas habitacionais. A recém-eleita codeputada relembrou que esteve ao lado da resistência popular contra a especulação que resultou na construção do (Shopping) RioMar em uma área de mangue. “A gente vem acompanhando vários processos de pessoas que moram em locais de mangue ou área de mata e ocorre esse tipo de retirada de pessoas”, contextualizou a ativista alertando que as ocupações costumam ser em áreas que não cumprem nenhuma função social. “Elas (as áreas) ficam sendo especuladas anos e anos para os ditos donos das terras chegar, tomar conta e construir vários monumentos que dizem gerar emprego”, explicou.

Para Jô Cavalcanti, é necessário garantir tanto as áreas de preservação ambiental quanto a moradia digna, incluindo um suporte de educação ambiental para que as pessoas respeitem as demarcações. “Se você não tem esse amplo olhar para as famílias, acho muito difícil as pessoas terem essa conscientização. É no diálogo que vai ter essa mediação”, acredita. A necessidade de diálogo entre os técnicos da gestão pública e a população que vive no entorno dos fragmentos foi a principal tônica do debate, que convidou os participantes a pensarem formas de conciliação. “Os interesses são múltiplos. Não é fácil falar de um bom uso e de preservação. Existem conflitos naturais que em geral quando (as matas) estão em áreas de pressão urbana, isso é assustador”, pontuou Marccus Alves – mediador do debate.

“A solução depende da prioridade da gestão pública que está para garantir a promoção deste bem estar e das relações da sociedade com esses ambientes naturais”, apontou Patrícia Caldas. Para Maíra Braga, os Planos de Manejo representam sempre um desafio, pois normalmente são feitos a partir de consultorias sem pertencimento com as áreas. “A Prefeitura (do Recife) fez uma opção diferente neste momento, que foi uma seleção simplificada contratando 12 profissionais e uma equipe multidisciplinar. O desafio é que a gente consiga fazer em diálogo com a sociedade. Fizemos 11 oficinas contemplando 23 Unidades de Conservação “, explicou.

Os donos das terras

Maira Braga (SDSMA) acredita ser preciso envolver o setor privado. Foto: Bruna Roazzi

“Toda terra tem dono”, disse Maíra Braga ao afirmar que a maioria das Unidades de Conservação estão em terras privadas. “O fato das áreas estarem vazias não significam que estejam vazias também em relação a sua função. Mas que outros usos sustentáveis podem ser provocados? Inclusive pra visitação, para turismo, para educação ambiental, para geração de renda”, explicou. Segundo a representante da SDSMA, é importante provocar e estimular no mercado privado o desejo de conservar, pois às vezes a terra perde o valor econômico, mas abre possibilidades de gerar novos valores decorrentes do fator  ambiental. A pesquisadora do INCITI/UFPE, Lenne Ferreira, refutou a ideia de que cada terra tenha dono. “Eu não sei se é bem assim, eu não sei a quem se compra uma praia, não sei a quem essas pessoas compraram. Eu tenho a impressão que a gente vive eternamente em uma Capitania Hereditária”, pontuou.

O pesquisador do INCITI/UFPE e engenheiro socioambiental, Djair Barros, chama atenção para a responsabilização da moradia popular por estar ocupando áreas que seriam de preservação e convida os presentes a buscarem entender como se deu a distribuição das terras no Brasil. “Por que a constituição nacional traz a função social da propriedade? Ela não é gratuita, é resultado de muitas lutas ao longo de vários anos. E hoje quando eu vejo a gente relativizando um monte de coisas eu fico preocupado, pois pode estar culpabilizando movimentos que são extremamente legítimos e necessários”, alertou. Djair relembra que em Suape houve a supressão de 600 ha de mangue para a expansão do porto e, mesmo assim, a sociedade se calou. “Onde será que está a prioridade de verdade nas gestões?”, provocou.

“A gente precisa que as instituições sejam fortalecidas, a gente precisa de técnicos efetivos nas prefeituras. Já chegamos em várias discussões, vários gabinetes, já passamos por diversas gestões políticas, mas quando chega na hora do vamo ver, entra o interesse econômico. Ele está de frente. A questão fundiária nas Unidades de Conservação é complicada e ela tem um porquê de estar”, pontuou Patrícia Caldas. Segundo Jô Cavalcanti, a questão são os processos de desapropriação. “Vão chegar lá sem documentação nenhuma, bota uns tratores e derruba a casa do pessoal. Será que a gente vai botar os tratores também no RioMar? Ou então em uma Via Mangue? Vai desapropriar a casa dos barão ou dos que estão lá precisando de moradia?”, questionou.

Para Onilda Gomes, pesquisadora do Laboratório da Paisagem da UFPE, precisamos rever a relação filosófica do homem com a natureza. “Tudo que se levantou aqui é a visão antropocêntrica de Aristóteles. A gente tá vendo a natureza enquanto produtora de serviços ambientais, valor econômico, valor turístico. O Parque Capibaribe como valor cênico, o embelezamento da cidade. Mas temos outros valores. É defesa da vida. A defesa da vida da formiga, do humano, do peixe, da árvore, enfim, é uma questão bioética e isso está sacramentado”, explicou a arquiteta complementando. “A terra é de todos, a gente herdou uma forma americana de gerir a natureza que é expulsar as pessoas de dentro. A gente tem que envolvê-las para que possam proteger”.

A poesia de Bione

A poeta Bione (15), integrante do Slam das Minas, esteve presente como ouvinte na plateia e presenteou os participantes com uma contundente poesia, escrita no calor do momento, que sintetizou com sabedoria um importante recorte do debate: o cuidado. Ao final, a jovem recitou a criação (texto abaixo) para o público.

Tem coisa mais bonita
do que viver com certeza
com fonte de água limpa
contato com a natureza
a bênção de viver saudável
com moradia e a firmeza
de reunir a família
tendo comida na mesa

O povo não quer brigar
é o contrário, na verdade
querem ter a paz de suas casas
viver com dignidade
é fácil falar de ciência
pra quem tem tal inteligência
e esquecer de quem tem dificuldade

Nem terminei o ensino médio
desse tipo de ciência
eu vou entender um dia
por enquanto, defendo o povo
o pobre, o de periferia
e talvez eu esteja cometendo um sacrilégio
por ter o privilégio
de ter uma moradia

A mata, a gente já sabe
tem que preservar, é certo
mas a gente preserva a mata
e deixa o povo fora do projeto?
tem gente que a tem como berço
e gente que num sabe um terço
do que é precisar de um teto.

(Bione)

++

* Escute na íntegra o áudio do debate “Matas do Recife: Como conciliar interesses?”

Sociedade Civil exibe filmes, realiza debates e propõe rotas alternativas para o Dia Mundial Sem Carro

Mostra de cinema, percursos por modais ativos, barquetada, debates sobre mobilidade e show da cantora Isaar compõem leque de ações de 14 organizações. Programação começará na quarta e seguirá até o sábado, com dia inteiro de ações

Um grupo de 14 organizações da sociedade civil atuantes no debate sobre mobilidade urbana da Região Metropolitana do Recife realizarão a partir desta quarta-feira (19) uma série de ações visando por em pauta e nas ruas as discussões do Dia Mundial Sem Carro, comemorado no dia 22 de setembro, próximo sábado. Sob a chamada “Cidade que Flui”, as ações serão compostas por mostra de cinema, debates sobre mobilidade urbana, gênero e questões ambientais, lançamento de app para ciclistas, sugestão de rotas alternativas com bicicleta, barcos e a pé, aliados ao uso do transporte público, e shows de cultura popular e da cantora Isaar. As ações serão abertas e visam estimular a discussão sobre o uso de modais ativos assim como do transporte público e dos barcos para uma cidade mais livre, coletiva, sustentável e segura nas opções de mobilidade.

A Mostra de Cinema Cidade em Movimento, com curadoria da Mostra Ambiental do Recife (Maré), dará início às comemorações e acontecerá nos dias 19, 20 e 21 de setembro, com sessões gratuitas no Bairro do Recife, Encruzilhada, Ilha de Deus e Nova Descoberta, nos turnos da tarde e da noite.

No sábado (22), o Dia Mundial Sem Carro, haverá ações pela manhã no Parque Santana, realizadas pela Ameciclo e Bike Anjo. Logo depois, os ciclistas junto a demais grupos, como pescadores e organizações de mulheres de outras áreas, farão saídas abertas em diversos modais, como caminhada, bicicleta e barco. Todos os bondes seguirão até o Cais de Santa Rita e, logo depois ao Marco Zero, onde haverá debate sobre mobilidade urbana, apresentações de afoxé e cultura popular, finalizando com show da cantora Isaar.

Para Thiago Jerohan, membro da Bigu Comunicativismo, uma das organizações realizadoras, essa é uma ação coletiva que pretende dar visibilidade a uma série de organizações que não apenas atuam nas pautas de mobilidade e lutam por políticas públicas no tema, mas que convidam a cidade a buscar outros modais para vivê-la sem a dependência do carro.

“A gente pretende visibilizar aquelas pessoas que, apesar das dificuldades, já pensam e transitam pela cidade buscando alternativas mais baratas, de menor impacto ambiental e paisagístico e que colocam o cidadão como sujeito ativo da cidade. Para além de focar nos problemas, nossa ideia é propor ações que materializem aquilo que defendemos”, propõe o comunicador.

Participam das ações do Dia Mundial Sem Carro no Recife as seguintes organizações: Bigu Comunicativismo, Greenpeace Brasil, Centro Popular de Direitos Humanos – CPDH, Ameciclo, Bike Anjo PE, INCITI, Observatório do Recife, Grupo Mulher Maravilha, Ação Comunitária Caranguejo Uçá, Coque (R)existe, Sindmetro/PE, Frente de Luta Pelo Transporte Público, Coletivo Massapê e MARÉ – Mostra Ambiental do Recife, em parceria com os projetos Olhe Pelo Recife e MobCidades.

Programação Completa

Mostra de Cinema Cidade em Movimento

A partir da quarta-feira (19), começará a Mostra de Cinema Cidade em Movimento, que será realizada até a sexta-feira (21) em quatro localidades distintas pelo Recife. A curadoria é composta pela Mostra Ambiental do Recife – Maré, com colaboração de outros grupos participantes das ações.

No primeiro dia, 19 de setembro, haverá exibição dos filmes Ruínas, de Jacaré Vídeo, Capibaribes, de Canario Caliari e Chega de Fiu Fiu, de Amanda Kamanchek e Fernanda Frazão às 14h na sede do Grupo Mulher Maravilha, em Nova Descoberta, e às 19h na sede da Ação Comunitária Caranguejo Uçá, na Ilha de Deus.

No segundo dia (20), as exibições acontecerão no Inciti, no Bairro do Recife, com os filmes Andarilho, de João Lucas; Travessia e Fim dos Carros, de Hugo Coutinho; Dia de Fúria, de Rafael Amorim, Exília, de Renata Claus, e Levante, de Barney Lankester-Owen e Susanna Lira. Na sexta-feira (21), será a vez da sessão na loja Reciclo, no Mercado da Encruzilhada, a partir das 19h, com a apresentação dos filmes Capibaribes, de Canario Caliari, e Chega de Fiu Fiu, de Amanda Kamanchek e Fernanda Frazão.

Por fim, no próprio sabado (22), haverá sessão na Estação Recife, com os filmes Lá do alto, de Luciano Vidigal; História natural, de Júlio Cavani; Pequena área, de Tiago Martins Rêgo e Sebba Cavalcante; Bike Gelo Baiano, de Jacaré Vídeo; e Miró – preto, pobre, poeta e periférico, de Wilson Freire

Dia Mundial Sem Carro

No sábado, dia 22 de setembro, as organizações ocuparão a cidade propondo a realização de trajetos a pé, por bicicleta e por barco em direção ao Marco Zero, no Recife Antigo. A partir das 10h, a Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife – Ameciclo e o Bike Anjo realização uma oficina de stencil de placas de trânsito no Parque Santana. A partir das 13h, parte dos ciclistas seguirá ao Marco Zero, afixando as placas de vinil produzidas ao longo da manhã ao longo do percurso. Outra parte do grupo de ciclistas seguirá em direção à Ilha de Deus.

Na Ilha de Deus, por sua vez, cerca de 20 barcos, com um total de mais de 100 lugares, estarão se concentrando a partir das 13h, com realização de conversa e passeio pela comunidade. Às 14h30, a barquetada seguirá junto aos ciclistas em direção ao Cais de Santa Rita, rememorando a antiga localização do Porto do Recife, e, em seguida ao Marco Zero. Por sua vez, o Grupo Mulher Maravilha sairá de Nova Descoberta em direção também ao Marco Zero, em rota de ônibus complementada com caminhada.

Lançamento de app para ciclistas

Também no sábado, dia 22, durante a bicicletada, será lançado o aplicativo Biciflow, voltado para sinalizar o encontro de ciclistas nos seus percursos. Os detalhes serão ainda definidos pelos desenvolvedores e apoiadores.

Marco Zero e Show de Isaar

A partir das 16h, terá início a programação no Marco Zero, que estará ambientado pelo Coletivo de Estudantes de Arquitetura Massapê. O espaço começará com um debate sobre Mobilidade Urbana e o uso dos modais ativos e do transporte público com a presença de representantes dos grupos organizadores das ações do Dia Mundial Sem Carro no Recife. Após o debate aberto, a partir das 18h, haverá a apresentação das bandas Afoxé Babá Orixalá Funfun e DeLEÃO, com discotecagem do DJ Célio do Vinil. O Dia Mundial Sem Carro será finalizado com show no Marco Zero da cantora Isaar.

SERVIÇO
Dia Mundial Sem Carro – Cidade Que Flui
19 a 22 de setembro // Bairro do Recife, Encruzilhada, Ilha de Deus, Nova Descoberta
Ações livres e abertas

PROGRAMAÇÃO
19 a 21 de setembro
Mostra de Cinema Cidade em Movimento – Curadoria: Mostra Ambiental do Recife (Maré)

# Quarta, 19, Nova Descoberta – Sede do Grupo Mulher Maravilha, 14h // Ilha de Deus – Sede da Ação Comunitária Caranguejo Uçá, 19h
Ruínas (2017, doc), de Jacaré Vídeo
Capibaribes (2015, doc), de Canario Caliari
Chega de Fiu Fiu (2018, doc), de Amanda Kamanchek e Fernanda Frazão.

# Quinta, 20, INCITI, 19h
Andarilho (João Lucas, 2015)
Travessia (Hugo Coutinho, 2015)
Dia de Fúria (Rafael Amorim, 2015)
Fim dos Carros (Hugo Coutinho, 2015)
Exília (Renata Claus, 2016)
Levante (Barney Lankester-Owen e Susanna Lira, 2015)

# Sexta, 21, Reciclo (Mercado da Encruzilhada), 19h
Capibaribes (2015, doc), de Canario Caliari
Chega de Fiu Fiu (2018, doc), de Amanda Kamanchek e Fernanda Frazão.

# Sábado, Estação Recife (Metrô), a partir das 9h
Lá do alto (2016), de Luciano Vidigal;

No Brasil, o Dia Mundial Sem Carro ocorre durante a Semana de Trânsito, de 18 a 25 de setembro, instituída desde 1997 pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Afoxé Babá Orixalá Funfun
DeLEÃO
História natural (2014), de Júlio Cavani
Pequena área (2014), de Tiago Martins Rêgo e Sebba Cavalcante;
Bike Gelo Baiano (2015), de Jacaré Vídeo
Miró – preto, pobre, poeta e periférico (2008), de Wilson Freire

22 de setembro

Trajetos

Bicicleta: Concentração a partir das 10h, no Parque Santana; saída às 12h em direção à Ilha de Deus e às 14h em direção ao Cais de Santa Rita/Marco Zero

Barco: Concentração a partir das 13h na Ilha de Deus, com debate e visita à comunidade; saída às 14h30, em direção ao Cais de Santa Rita/Marco Zero

Ônibus/Caminhada: Saída às 14h de Nova Descoberta (Sede do Grupo Mulher Maravilha) de ônibus, com descida no Cais de Santa Rita

Marco Zero

Debate Cidade Que Flui, com representantes das organizações realizadoras

+     Shows de:

Afoxé Babá Orixalá Funfun

DeLEÃO

DJ Célio do Vinil

Isaar

Conceito de Cidade Parque é apresentado no Fórum Internacional Hoje

Evento discutiu aspectos ligados ao desenvolvimento urbano e sustentável das cidades

Por Fernando Castro

Planejamento urbano de reconciliação com a natureza e com o espaço público. Essa foi a temática debatida na mesa Cidade Parque, do Fórum Internacional Hoje, que aconteceu no Centro de Convenções de Pernambuco, na manhã desta quarta-feira (26). A conversa foi iniciada pela coordenadora do INCITI – Pesquisa e Inovação para as Cidades, Circe Monteiro, que apresentou o conceito de Cidade Parque através do projeto Parque Capibaribe, resultado de convênio entre o INCITI, grupo de pesquisas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e a Prefeitura da Cidade do Recife, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente.

Dentro do desenvolvimento urbano e sustentável, Circe citou quatro pontos fundamentais para a implementação de uma Cidade Parque: segurança, planejamento, inclusão e prosperidade. ‘’Uma cidade sustentável só é possível com o engajamento dos cidadãos, a visão de Cidade Parque é uma visão de futuro’’, comentou.

Circe Monteiro apresenta visão de Cidade Parque. Foto: Fernando Castro

Ainda pela manhã, o gerente de sustentabilidade da Secretaria do Meio Ambiente de Recife, Alexandre Ramos, apresentou no debate o conceito de Cidades Resilientes, com a temática ‘’Planejamento urbano para responder às mudanças climáticas’’. Segundo ele, a adaptação às mudanças climáticas passa a ser necessária para a melhoria das condições habitacionais nas cidades.

A capacidade de uma cidade de se reorganizar e voltar ao equilíbrio inicial, quando submetida a mudanças, foi uma característica observada durante a discussão. ‘’Pensar em Cidades Resilientes é pensar em território, mas também nas pessoas que vivem nesses territórios e em suas condições sociais’’, ressaltou Alexandre.

A política também teve espaço nas discussões do evento. Ana Célia, prefeita da cidade de Surubim, foi a mediadora da mesa-redonda. A manhã de debates foi encerrada com o depoimento do presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Una, Severino Sulipa, que abordou a sustentabilidade como uma responsabilidade social, sendo necessário o engajamento dos cidadãos e do Estado para sua implementação.

Hoje O debate fez parte do 4º Congresso Pernambucano de Municípios, promovido pela Associação Municipalista de Pernambuco (AMUPE), em parceria com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), entre os dias 25 e 27 de julho, no Centro de Convenções de Pernambuco. Com o tema central ‘’A cidade que precisamos’’, a programação esteve integrada ao Fórum Internacional Hoje, que reuniu especialistas para discutir a implementação da Nova Agenda Urbana, documento internacional responsável por promover a urbanização sustentável das cidades nos próximos 20 anos.

 

Plataforma levanta dados sobre o Recife dos Sonhos

No último sábado (03), a plataforma Cidade dos Sonhos promoveu um dia de atividades a fim de apresentar soluções e discutir o Recife desejado pelas pessoas. Para isso, foram convidados representantes de projetos culturais e urbanísticos para, juntos, conhecerem iniciativas que desenvolvem soluções para problemas da vida urbana e colaborarem com suas próprias propostas, que serão apresentadas para os candidatos que concorrem às eleições municipais deste ano.

De acordo com Gabi Vuolo, uma das coordenadoras da plataforma – que atua no Recife, em São Paulo e no Rio de Janeiro – a iniciativa surgiu do desejo de influenciar, de um jeito positivo, o período eleitoral. “Estamos fazendo o monitoramento das propostas dos candidatos, que gera o retorno pelas redes sociais e reforça o papel das pessoas na cobrança do que é prometido. A ideia é gerar dados para pressionar os candidatos”, conta.

A programação começou com um café da manhã na Horta Saudável e Sustentável de Casa Amarela. A ação, realizada por um grupo de moradores da área, implantou um espaço de cultivo em uma praça antes abandonada. Hoje, com mais de um ano de trabalho coletivo, crescem por lá hortaliças, frutas, legumes, ervas medicinais e condimentos. De lá, os participantes seguiram, de bicicleta, para o Jardim do Baobá, trecho que marca o início do projeto Parque Capibaribe e onde o mesmo foi apresentado pela diretora do INCITI, Circe Monteiro, e pela pesquisadora Sabrina Machry.

A última parada foi na sede do INCITI/UFPE, na Rua do Bom Jesus, Bairro do Recife, onde os pesquisadores Ricardo Ruiz e Werther Ferraz apresentaram o programa Cidades Sensitivas, que  e Urban Thinkers Campus Recife. Segundo o produtor cultural Jarmeson de Lima, um dos colaboradores convidados, “é sempre interessante ter esses momentos onde, com nossas vivências, podemos discutir o espaço urbano através de iniciativas que partem não só de organizações governamentais como de setores da sociedade civil”. Já Diogo Luiz, analista de sistemas, foi chamado para dar suporte técnico e acabou se interessando pela iniciativa. “É muito bom saber que existem pessoas que estão realmente preocupadas em melhorar a cidade em que a gente vive”, relatou.

A plataforma Cidade dos Sonhos é organizada por uma rede de colaboradores de todo o Brasil, que têm por interesse iniciativas que envolvam a melhoria do espaço urbano. Saiba mais sobre o projeto em https://cidadedossonhos.org.

Mais imagens do encontro em https://flic.kr/s/aHskGoXxxJ.

Vamos ativar as margens do Capibaribe?

O INCITI convida para mais uma edição da Praia da Capunga, neste sábado (20/08), a partir das 11h, nas margens do Rio Capibaribe, no bairro do Derby. O acesso a área é feito pela Rua Engenheiro Teófilo de Freitas, ao lado da faculdade Uninassau. A Praia da Capunga é um evento colaborativo e convida moradores, comerciantes, frequentadores do bairro e recifenses em geral para conhecer e ativar trecho da margem do rio Capibaribe. A proposta é realizar um piquenique, atividades de lazer e contemplação do rio, oficinas e bate-papo sobre urbanismo, sustentabilidade e meio ambiente. Por isso, a organização pede que as pessoas levem bancos, cadeiras de praia, cangas, protetor solar, sacos de lixo, além dos comes e bebes.

A ideia do INCITI, grupo de pesquisa da UFPE, é envolver cada vez mais a comunidade no processo de revelar paisagens e valorizar a natureza e o rio Capibaribe. A Praia da Capunga dá continuidade ao programa de ativações Residência Capunga, que desde maio serve de plataforma de pesquisa e diálogo para descobrir as necessidades, desejos e problemas de usuários da área. As informações coletadas com a experiência irão subsidiar parte do projeto Parque Capibaribe.

A primeira Praia da Capunga, realizada no dia 13 de agosto, contou com a participação de crianças dos grupos de escoteiros da Marina e de Santa Luiza, comerciantes e moradores do Derby e integrantes do INCITI / UFPE. A tarde contou com lanche colaborativo, atividades sobre conscientização ambiental e apresentações sobre projeto Parque Capibaribe e as próximas atividades de ativação do local, o que inclui um evento gastronômico em parceria com comerciantes e o Sebrae. Um grupo fez uma coleta seletiva das garrafas PET,  pilhas e outros materiais encontrados na margem do rio. Os participantes também evitaram o descarte de 210 litros de óleo usado em fritura de alimentos que seria despejado por um homem no Capibaribe. O material foi destinado para a fabricação de sabão em barra. Na ocasião, o biólogo e professor de química Junior Costa relatou que a cada 1 litro de óleo contamina 1 milhão litros de água. O evento contou com energia elétrica cedida pelo Edifício Menfís, graças a síndica Maria das Graças.

Serviço:
Praia da Capunga
Quando: Neste sábado (20/08)
Hora: A partir das 11h
Local: Acesso pela Rua Engenheiro Teófilo de Freitas – Derby (Ao lado da Uninassau).
Acesso gratuito

Parque Capibaribe é destaque na COP21

O Parque Capibaribe, convênio entre a Prefeitura do Recife e o INCITI/UFPE, é destaque no Citiscope, portal de notícias sobre iniciativas urbanas inovadoras, entre projetos de 88 cidades de 42 países exibidos no Pavilhão de Cidades e Regiões do COP21 – 21ª Conferência do Clima, realizada em Paris. Todos os projetos foram selecionados pelo ICLEI – Local Governments for Sustainability (Governos Locais pela Sustentabilidade).

Na matéria em inglês, a Secretária do Meio Ambiente, Cida Pedrosa, representante da Prefeitura do Recife, na Conferência do Clima, destaca o engajamento da população local em um projeto como o Parque Capibaribe. Segundo os repórteres Alecia D. McKenzie e Christopher Swope, Recife não visa apenas construir um parque e sim transformar a maneira como pensamos nossa cidade.

Leia a matéria na íntegra.

Parque Capibaribe é apresentado no COP 21 Paris

O Parque Capibaribe participa da COP-21, Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas – ONU. O projeto é o resultado de um convênio entre a Prefeitura da Cidade do Recife (PCR), através da Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), através do INCITI – Pesquisa e Inovação para as Cidades.

Projeto para a área do Baobá próximo à Ponte D’Uchoa Crédito: Parque Capibaribe/INCITI

O Parque Capibaribe foi selecionado pela rede ICLEI – Local Governments for Sustainability (Governos Locais pela Sustentabilidade) e está sendo apresentado no Pavilhão de Cidades e Regiões a investidores estrangeiros. A ICLEI é uma rede mundial com mais de mil cidades e metrópoles empenhadas na construção de um futuro sustentável.

O objetivo da apresentação em Paris é mostrar como o projeto Parque Capibaribe vai mitigar efeitos das mudanças climáticas, já que compreende a implantação de um corredor de 30 km para ciclistas e pedestres e plantio de 22 mil árvores nas margens do Rio Capibaribe. Mais do que isso, o Parque promove a reconexão da cidade com os espaços verdes e públicos através do rio Capibaribe. É importante lembrar que Recife é a 16ª cidade do mundo mais vulnerável às mudança climáticas, segundo o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, da ONU).

O Parque Capibaribe apresenta um novo conceito de desenho urbano, composto por passeios, ciclovias, passarelas, pontes de pedestre, áreas verdes e de lazer, influenciando a vida de 35 bairros e atingindo 400 mil habitantes. Ao transformar o Recife em uma Cidade-Parque, o projeto irá elevar a taxa de área verde pública para 115 mil m² em 2037, o equivalente a 11 campos de futebol. Com a ampliação da área verde e o estímulo a mudança do uso de transporte motorizado para a bicicleta, a estimativa é reduzir a emissão de mais de 144 mil toneladas de gás carbônico.

Quem apresenta o projeto Parque Capibaribe em Paris é uma equipe da Prefeitura do Recife, formada pela secretária municipal de Meio Ambiente, Cida Pedrosa, pelo secretário executivo de Sustentabilidade do Recife, Maurício Guerra. A prefeitura municipal também apresenta o Mapeamento de Áreas Críticas do Recife, desenvolvido pela Secretaria de Saneamento, que irá resultar em um censo completo de 50 mil famílias residentes em 480 áreas de interesse social, distribuídas em 2.573 microrregiões, totalizando 4.460 hectares do território municipal.