Um artigo de Julien Ineichen e Romain Gallart.
ANO
2017
RESUMO
Por cerca de quarenta anos, e especialmente a partir do artigo de Sherry Arnstein (1969), a questão da participação de cidadãos e usuários no desenvolvimento de projetos tornou-se um objeto importante de estudos urbanos. Embora o Brasil tenha sido pioneiro na implementação de abordagens participativas durante os anos 90 e 2000, a experiência do orçamento participativo de Porto Alegre sendo o exemplo mais conhecido, os municípios estão relativamente pouco equipados na coordenação de projetos urbanos.
A cidade de Recife, como muitas metrópoles em todo o mundo, iniciou a reconquista do seu rio, a partir da requalificação das margens do Rio Capibaribe. Este projeto, chamado Parque Capibaribe, tem a distinção de ser um parceria entre a Universidade Federal de Pernambuco e o município do Recife. Assim, a equipe multidisciplinar responsável é composta por profissionais do meio natural e urbano, mas também de pesquisadores. O INCITI – Pesquisa e Inovação para as Cidades, laboratório que hospeda a equipe do projeto, aplica o conceito no centro do seu método “Ativação”. Esta noção, relativamente ausente da literatura científica, é usada
por alguns historiadores da arte (LINHARES, 2015) para falar sobre animação de
espaços públicos a partir de práticas artísticas. O artigo aborda a experiência ativação desenvolvida pelo Parque Capibaribe para a área da Capunga, no bairro do Derby, no Recife.